Os pólipos intestinais são lesões que se desenvolvem na mucosa ou submucosa, que são camadas da parede do intestino, especialmente no cólon e no reto –e causam certa apreensão ao serem encontrados, afinal, estima-se que 30% deles podem se tornar lesões malignas após anos de crescimento.
Felizmente, na maioria dos casos, os pólipos intestinais são benignos e assintomáticos, mas precisam ser corretamente diagnosticados e tratados, caso o médico julgue necessário. Continue a leitura para entender mais sobre essa condição.
Pólipos intestinais: o que são?
Pólipos intestinais são pequenas projeções que se desenvolvem na parede que reveste internamente o intestino. Eles podem variar em tamanho e forma e tendem a ser mais comuns em indivíduos com idade superior a 50 anos.
A maioria dos pólipos é benigna, mas alguns tipos possuem potencial de se transformar em câncer de cólon com o passar do tempo (entre cinco e dez anos, em média). Por esse motivo, a detecção precoce e o acompanhamento médico são essenciais para evitar a evolução dessas lesões para problemas de saúde mais graves.
O que causa a formação dos pólipos intestinais?
As causas dos pólipos intestinais ainda não são totalmente conhecidas, mas existem alguns fatores que contribuem para o seu surgimento. Indivíduos com familiares que tenham histórico de pólipos ou de câncer colorretal, por exemplo, apresentam um risco maior de desenvolver essas formações.
O estilo de vida também pode influenciar no surgimento de pólipos. Uma dieta rica em gorduras, carne vermelha e pobre em fibras, o consumo excessivo de álcool e o tabagismo são fatores de risco para o problema, bem como sedentarismo e obesidade.
Por fim, idade avançada (acima dos 50 anos), doença diverticular e histórico de doenças inflamatórias intestinais (como colite ulcerativa e doença de Crohn) também aumentam o risco para surgimento de pólipos.
Quais são os riscos?
O principal risco dos pólipos intestinais é que eles se tornem uma lesão cancerígena, ou seja, se tornem um câncer colorretal. Estima-se que cerca de 30% dos pólipos intestinais se transformem em câncer em um período de cinco a 10 anos.
O risco costuma ser maior de acordo com o tamanho, o tipo e a quantidade de formações presentes no intestino. Em geral, quanto maior o pólipo, maior a chance de ele se tornar maligno.
Outro ponto importante é que pólipos grandes podem aumentar o risco de obstrução intestinal, interferindo no processo de evacuação. Além disso, eles também podem causar sangramentos no intestino e, se a perda de sague for grande há risco de causar anemia.
Sintomas dos pólipos intestinais
Na maioria das vezes, os pólipos intestinais são assintomáticos, principalmente se são pequenos. Por esse motivo, muitas pessoas só identificam o problema de saúde em exames de rotina. De modo geral quando os sintomas estão presentes, eles podem incluir:
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Sangramento retal durante ou após a evacuação;
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Constipação, diarreia ou alterações na consistência das fezes;
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Dor abdominal;
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Anemia, principalmente se há perda significativa de sangue nas fezes;
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Muco nas fezes.
Como diagnosticar os pólipos intestinais?
A principal forma de diagnóstico de pólipos intestinais é por meio da colonoscopia, exame em que um tubo flexível com uma câmera na extremidade é inserido no cólon para visualizar a mucosa intestinal. Se forem encontrados pólipos, é possível remover as lesões já durante o procedimento.
Outros exames que podem ser utilizados para fazer o diagnóstico são:
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Sigmoidoscopia: semelhante a colonoscopia, mas que visualiza a parte inferior do cólon.
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Exame de fezes: para pesquisa de sangue oculto.
Exames de imagens, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, são indicados para obter imagens detalhadas do cólon e também auxiliam na identificação de pólipos grandes, mas não conseguem detectar os casos iniciais.
Por fim, a remoção dos pólipos serve também para encaminhar o material para biópsia e analisar se a lesão é benigna ou já tem traços de câncer.
Formas de tratamento
O tratamento dos pólipos intestinais inclui a remoção dos pólipos (polipectomia), principalmente durante a colonoscopia. Isso previne que eles se tornem malignos e reduz o risco de câncer colorretal.
Em casos mais raros, quando há pólipos grandes ou muitos pólipos presentes na mucosa, pode ser necessária uma cirurgia para remover uma parte do cólon.
Geralmente, após a remoção dos pólipos, o médico realiza um acompanhamento regular e solicita algumas colonoscopias de acompanhamento. O objetivo é verificar se novos pólipos se desenvolveram e se a área cicatrizou de maneira correta.
Além da intervenção médica, a adoção de hábitos de vida saudáveis, como uma dieta equilibrada, prática regular de exercícios e controle do peso, pode ajudar a prevenir o reaparecimento de pólipos e a reduzir o risco de complicações futuras. Para pacientes com histórico familiar, o acompanhamento médico regular é uma estratégia preventiva recomendada.
Autor: Dr. Marcel Feitosa, médico coloproctologista