Dra. Bruna Zucchetti
Médica Oncologista
Marcadores tumorais são macromoléculas produzidas pelas células normais e cancerígenas, diferindo na quantidade em que são produzidas. Podem ser dosadas em sangue, urina, fezes, tumores ou em outros tecidos ou fluídos corporais.
Existem vários marcadores tumorais em uso clínico. Os marcadores tumorais geralmente não são especificas e podem estar relacionados a mais de um tipo de tumor. Também não existe nenhum marcador universal que possa revelar a presença de qualquer neoplasia. Portanto, a avaliação dos marcadores tumorais deve estar atrelada a outros dados clínicos e exames.
Normalmente são proteínas ou pedaços de proteínas, incluindo antígenos de superfície celular, proteínas citoplasmáticas, enzimas e hormônios que permitem acompanhar a evolução do processo neoplásico.
O que são marcadores tumorais?
Os marcadores tumorais circulantes são proteínas ou outras substâncias produzidas tanto por células normais do nosso corpo quanto por células cancerígenas, mas em quantidades maiores por algumas células cancerígenas. É importante ressaltar que as células normais do nosso corpo também produzem estas proteínas e elas podem estar aumentadas por diversos fatores, como, por exemplo, o hábito de fumar pode interferir na sua produção, além de outras doenças não neoplásicas como pancreatite, endometriose, etc., isso significa que os marcadores não são fidedignos a nenhum tipo específico de tumor.
Além disso, nem todas as células tumorais expressam os marcadores, então podemos ter o diagnóstico de câncer com marcadores tumorais normais. Essas proteínas podem ser encontradas no sangue, urina e até nas fezes. Atualmente também temos marcadores genômicos sendo utilizados como marcadores tumorais, como mutações ou expressão gênica tumoral e essas sim, tem maior fidedignidade.
Para que serve o exame de marcadores tumorais?
É necessário salientar que os marcadores tumorais circulantes não devem ser utilizados para diagnóstico de neoplasia, portanto, não fazem parte de exames de rotina de check-up, uma vez que o resultado por si só não é suficiente para o diagnóstico de neoplasia. Não existe nenhum marcador que seja universal e capaz de revelar a presença de neoplasias.
Outro fator é que nem todos os tumores expressam marcadores tumorais circulantes. Portanto, os marcadores tumorais circulantes não substituem os exames de rotina já estabelecidos, como a mamografia ou a colonoscopia, por exemplo.
Eles servem principalmente para:
-
Definição de tratamento no caso de marcadores no tumor;
-
Estimar prognóstico da neoplasia recém diagnosticada (por exemplo: No caso do PSA para tumores de próstata);
-
Avaliar resposta ao tratamento oncológico no caso dos tumores que expressam o marcador.
-
Determinar se existe doença residual ou recidiva após o tratamento;
Como o exame é feito?
Para avaliar os níveis de marcadores tumorais circulantes, o exame é feito por meio de amostras de sangue que são enviadas para o laboratório de análises clínicas. É importante salientar que várias substâncias que ingerimos podem alterar o valor destas proteínas, como o cigarro de nicotina pode aumentar o CEA, uso de maconha pode aumentar o B-HCG e biotina.
Para o caso de marcadores tumorais nos tumores, os exames podem ser feito na biópsia ou na peça tumoral. Existem exames feitos pela imuno-histoquímica, como é o caso de receptores de estrogênio e progesterona no câncer de mama e alguns feitos por NGS (Next-generation sequencing), como, por exemplo, a pesquisa de mutação de EGFR no caso dos tumores de pulmão.
Tipos mais comuns de marcadores tumorais
No caso dos circulantes, que são exames feitos no sangue:
-
CEA: Marcador para ca de cólon;
-
CA-125: Marcador de tumor de ovário;
-
Alfa-fetoproteína: Tumores de fígado e germinativos;
-
CA 15-3: Tumor de mama;
-
PSA: Tumor de próstata;
-
B-HCG: Tumores germinativos ou doença trofoblástica gestacional;
-
Cromogranina: Tumores neuroendócrino;
-
CA 19-9: Pâncreas e vias biliares.
No caso dos marcadores que são realizados no tumor, os mais importantes são:
-
Rearranjo do ALK e mutação de EGFR: Importante para definição do tratamento dos tumores de pulmão não pequenas células;
-
Instabilidade de microssatélite (MSI): Determinar adjuvância e uso de imunoterapia em tumor colorretal;
-
PD-L1: Determinar uso de imunoterapia para diversos tipos de tumores;
-
Amplificação do gene HER2: Determinar tratamento do câncer de mama;
-
Mutação gene BRCA 1 ou BRCA2: Determina escolha do tratamento nos tumores de ovário e mama.
No Bronstein você pode escolher o melhor dia e horário para realizar seu exame através da plataforma de agendamento online.
Como os marcadores tumorais são usados no tratamento de câncer?
Os marcadores tumorais moleculares auxiliam no desenvolvimento de novas modalidades de tratamento para o câncer, pois permitem o desenvolvimento de drogas de alta especificidade para o tipo de tumor.