Por Dr. Carlos Eduardo Suaide Silva*
Insuficiência cardíaca é uma doença frequente que se caracteriza pela ineficiência do coração em bombar o sangue para o corpo.
O coração é um órgão muscular, que se expande (diástole) e contrai (sístole) ritmicamente para proporcionar a circulação do sangue.
Ao se expandir, dilatar, traz para a câmara direita do coração o sangue pobre em oxigênio proveniente do corpo e ao se contrair leva esse sangue para o pulmão a fim de que seja oxigenado. Paralelamente, recebe na câmara esquerda o sangue oxigenado proveniente do pulmão e o bombeia para todos os órgão e tecidos para levar oxigênio e nutrientes.
Há diversos tipos de insuficiência cardíaca, como a disfunção sistólica, diastólica, direita, esquerda, aguda e crônica. Cada uma delas causara um tipo de sintoma e consequência para o corpo.
O que é insuficiência cardíaca?
O coração é uma bomba. A sua função é bombear o sangue para ser oxigenado nos pulmões e depois bombear esse sangue oxigenado até os tecidos.
Quando, por algum motivo, ele não consegue levar sangue suficiente ao seu destino dizemos que existe insuficiência cardíaca.
Tipos de insuficiência cardíaca
Podemos ter diversos tipos de insuficiência cardíaca. Ela pode ser:
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Sistólica: quando o coração não consegue se esvaziar adequadamente;
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Diastólica: quando ele não consegue se encher adequadamente;
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Direita: quando acomete principalmente as câmaras direitas do coração;
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Esquerda: quando acomete principalmente as câmaras esquerdas do coração;
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Aguda: quando se instala subitamente;
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Crônica: quando se instala lenta e progressivamente.
Muitas vezes a disfunção sistólica, diastólica, direita e esquerda podem acontecer concomitantemente.
Insuficiência cardíaca crônica
Insuficiência cardíaca crônica é uma forma insidiosa de disfunção ventricular que se estende por longa data apesar do tratamento
Insuficiência cardíaca aguda
Ocorre subitamente após uma causa determinada, por exemplo, após um infarto agudo do miocárdio, ou uma disfunção aguda de uma valva cardíaca.
O coração vinha funcionando normalmente e, de repente, por um desses motivos não consegue mais bombear a quantidade de sangue necessária para os tecidos.
Insuficiência cardíaca descompensada
Dizemos que a insuficiência cardíaca está descompensada quando o paciente está apresentando sintomas e, ou ainda não foi medicado, ou a medicação em uso não está surtindo o efeito desejado.
Insuficiência cardíaca congestiva (ICC)
Insuficiência cardíaca é também conhecida como insuficiência cardíaca congestiva porque, quando o coração não está bombeando sangue suficiente para atender às necessidades do seu corpo, há o acúmulo de fluido nas pernas, pulmões e em outros órgãos e tecidos por todo o corpo, o que chamamos de congestão.
Quais são as causas da insuficiência cardíaca?
A insuficiência cardíaca acaba sendo a via final de quase todas as cardiopatias, doenças do coração. Pode ter diversas causas, como infarto, miocardite, hipertensão, doença renal, miocardiopatias (Chagas, Amiloidose, doenças das válvulas cardíacas, hemocromatose, anemia, exposição a toxinas, cocaína ou quimioterapia, etc). Qualquer doença que faça com que o miocárdio, musculo do coração, deixe de exercer adequadamente sua função pode levar a um quadro de insuficiência cardíaca.
Sintomas de insuficiência cardíaca
A congestão pulmonar (pulmões cheios de líquido) resulta em falta de ar, tosse seca ou respiração ofegante. A congestão dos outros tecidos do corpo é responsável pelo inchaço dos tornozelos, pernas e abdômen (inchaço corporal generalizado), ganho de peso e aumento da diurese noturna. Pode haver também taquicardia e dor no peito. O paciente se sente cansado aos mínimos esforços.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco são: idade, fumo, álcool, obesidade, sedentarismo, hipertensão, diabetes, história familiar de insuficiência cardíaca e síndrome metabólica.
Diagnóstico
O primeiro passo é um exame clínico completo, preferencialmente por um cardiologista, com a averiguação de doenças prévias, história familiar e estilo de vida. A realização do exame físico minucioso, com aferição de pressão arterial, ausculta cardíaca e pulmonar e avaliação de edema, inchaço, de membros inferiores, palpação do abdome e avaliação do padrão respiratório.
Após a avaliação clínica, faz-se necessária a solicitação de exames complementares, como:
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eletrocardiograma (ECG) que analisa a atividade elétrica do coração
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Radiografia de tórax que permite observar o tamanho do coração e a presença de líquido acumulado nos pulmões
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Ecocardiograma que permite determinar a função do coração, espessura de suas paredes, o funcionamento das válvulas e a contração cardíaca.
Além desses, os exames de sangue permitem verificar a presença de anemia, diabetes, dislipidemia (elevação do colesterol), alterações de tireoide e a avaliação da função hepática e renal.
Marcadores como o BNP ou NT-proBNP podem auxiliar no diagnóstico e avaliação da gravidade da ICC.
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Tratamentos de insuficiência cardíaca
O tratamento varia conforme a causa da insuficiência cardíaca, os sintomas, as complicações clínicas e o estágio da doença.
No tratamento medicamentoso são utilizados anti-hipertensivos para controle da pressão arterial, diuréticos para diminuir o inchaço das pernas e o líquido acumulado no pulmão, remédios que melhorem a contratilidade do coração e vasodilatadores.
Dependendo da doença subjacente, pode ser necessária a revascularização do miocárdio (no caso de doença coronariana), a plástica de uma válvula cardíaca, ou a sua troca (em caso de doença valvar), ou até mesmo o transplante cardíaco, que poderá ser a única terapia efetiva quando esgotadas as possibilidades cirúrgicas ou medicamentosas.
Prevenção
Na maioria dos casos, a insuficiência cardíaca é a via final de diversas doenças cardíacas preveníveis. Deve-se procurar um estilo de vida saudável, fazer atividade física regular, manter uma alimentação adequada, controlar a pressão arterial, controlar o colesterol e os triglicerídeos, o diabetes, evitar o fumo e o stress. Manter em dia seu check-up cardiológico com exame clínico, laboratorial e de imagem, permite a identificaçao precoce de situações que possam levar ao desenvolvimento da doença.
Quando procurar um médico?
Sempre que aparecerem sintomas, como palpitações, taquicardia, cansaço além do normal, falta de ar, inchaço nas pernas, ou qualquer outro sintoma cardiovascular inexistente. É sempre melhor prevenir do que remediar.
Sobre Dr. Carlos Eduardo Suaide Silva
Médico Coordenador área de Cardiologia da Dasa. Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1984); Externato em Cardiologia na University of Tennessee, Memphis, TN, USA; Estagiário em Ecocardiografia Congênita no Brompton Hospital, London, UK; Doutor em Ciências pelo Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 2003; Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC); Especialista em Ecocardiografia pela SBC; Fellow of the American College of Cardiology e da European Society of Cardiology; Autor de 7 livros na área de ecocardiografia.