Diarreia é sintoma de COVID-19 e devemos estar atentos a outros sintomas que acompanham essa condição.
O ano de 2020 foi marcado pela pandemia da COVID-19, o que causou grande impacto na saúde pública e gerou inúmeras dúvidas em toda a população, principalmente sobre quais sintomas eram comuns e quais não.
A doença, que já fez mais de 2,6 milhões de vítimas até o início de março, possui sintomas semelhantes às demais infecções virais, como tosse, coriza, dor de garganta, febre, perda de olfato, alteração do paladar, dificuldade respiratória, cansaço, diminuição do apetite, dispneia e distúrbios gastrointestinais (náuseas, diarreia e vômito).
Diarreia e vômito podem ser sintomas de COVID-19?
Sim, a diarreia e o vômito são sintomas de COVID-19 e são comuns entre os pacientes infectados.
A diarreia ocorre, pois o vírus SARS-CoV-2 utiliza a enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) como receptor para sua entrada nas células do organismo. Ele infecta principalmente as células pulmonares, mas também é comum que atinja o sistema gastrintestinal, que também possui receptores ECA2 na mucosa intestinal.
Na infecção causada pelo Coronavírus, ocorre a liberação exagerada de citocinas, que são responsáveis pelo recrutamento de diversas células e causam grande processo inflamatório.
Além da diarreia, problemas como náuseas, dores abdominais e vômitos também são comumente relatados entre os pacientes infectados pelo vírus.
Como é a diarreia da COVID-19?
A diarreia pode estar associada a inúmeros problemas e não é tão grave na infecção por Coronavírus quanto os problemas respiratórios, por exemplo.
Portanto, é necessário que os pacientes que apresentarem essa condição, prestem atenção se está acompanhada de outros sintomas característicos da COVID-19.
Além disso, de acordo com Benjamin Neuman, especialista em virologia da Texas A&M University-Texarkana, a contaminação via fecal-oral não pode ser descartada, uma vez que ainda não se sabe com certeza por quanto tempo o vírus consegue sobreviver fora do corpo.
As recomendações são para que todos higienizem muito bem as mãos, com água e sabão, após o uso do banheiro - recomendação que é apropriada também para prevenção de outras doenças muito comuns. Devido a falta de informações concretas, os profissionais da saúde devem se atentar na hora de realizar coleta de fezes e em procedimentos, como endoscopia, em pacientes contaminados pela COVID-19.
Quais os sintomas mais comuns de COVID-19?
Os sintomas da COVID-19 se assemelham aos de outras infecções virais. Os mais comuns são:
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Tosse;
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Febre;
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Coriza;
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Dor de garganta;
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Dificuldade para respirar;
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Perda de olfato (anosmia);
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Alteração do paladar (ageusia);
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Distúrbios gastrintestinais (náuseas/vômitos/diarreia);
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Cansaço (astenia);
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Diminuição do apetite (hiporexia);
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Dispnéia ( falta de ar).
A única forma de diagnosticar a doença é através dos testes de COVID-19. Caso suspeite da infecção ou tenha tido contato com alguém positivado, não deixe de praticar o isolamento social e realizar o teste de diagnóstico em um laboratório de confiança.
Devo procurar um médico ao ter esse sintoma?
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) recomenda que os pacientes que apresentam febre por mais de 24 horas ou dificuldade para respirar, procurem auxílio médico imediatamente.
Apenas se a diarreia estiver atrelada a algum desses sintomas considerados de risco, você deverá procurar auxílio médico, pensando em COVID-19.
Entretanto, devemos lembrar que existem outras condições que podem causar diarreia importante e que podem necessitar de antibioticoterapia - neste caso, deve ser observada a presença de sangue ou pus nas fezes. Lembrar também que a diarreia pode levar a desidratação, principalmente em idosos e crianças, portanto devemos estar atentos a sinais como volume de urina, salivação, consistência da pele e humor irritável ou sonolento - situações que exigem um cuidado médico urgente.
Para as pessoas que apresentam quadros clínicos leves, como sintomas gripais, recomenda-se que faça o isolamento domiciliar e não tenha contato com nenhuma outra pessoa durante o período de recuperação.
Fonte:
Scielo. COVID-19 e o trato gastrintestinal: o que já sabemos?. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1679-45082020000100408&script=sci_arttext&tlng=pt