Cobreiro (Herpes Zóster): transmissão, prevenção e tratamento

cobreiro

 

Autora: Maria Isabel de Moraes-Pinto, infectopediatra  e médica consultora em vacinas da Dasa. 

 

Lesões dolorosas e uma coceira que parece não ter fim. Esses são alguns dos sintomas do herpes zóster, também conhecido como cobreiro

Trata-se de uma infecção causada pelo mesmo vírus da catapora e que teve um aumento de 35% de casos desde o início da pandemia, segundo estudo da Universidade Estadual de Montes Claros, de Minas Gerais. 
 
Os dados, obtidos a partir do SUS (Sistema Único de Saúde), trazem um alerta importante sobre a importância da prevenção e, mais especificamente, da vacinação contra herpes zóster.  

A aplicação do imunizante é a forma mais eficaz de treinar o sistema imunológico para combater o vírus e evitar a doença ou suas formas mais graves. 

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O que é herpes zoster (cobreiro)? 

O herpes zóster é uma infecção viral resultante da reativação do vírus varicela zóster (VVZ). O VVZ é o mesmo vírus responsável pela catapora e, mesmo após anos de infecção, permanece latente no corpo humano ao longo da vida, podendo ser reativado. 

O herpes zóster afeta adultos com mais de 50 anos e indivíduos com comprometimento do sistema imunológico, como aqueles que vivem com HIV (vírus da imunodeficiência adquirida) e outras condições que afetam a imunidade. 

Herpes zoster (cobreiro): como é a transmissão? 

A transmissão pode acontecer por meio do contato direto com as lesões da pele da pessoa infectada, mas não é comum.  

A capacidade de transmitir a doença começa um ou dois dias antes da erupção das lesões e permanece até que todas as lesões sequem ou tenham se transformado em crostas. 

Quais são os sintomas? 

O principal sintoma do herpes zóster (cobreiro) são as lesões cutâneas, ou seja, pequenas vesículas preenchidas com líquido que se formam sobre a pele avermelhada.  

As áreas do corpo mais frequentemente afetadas pelas lesões são o rosto, o tronco e os membros. Vale lembrar que na imensa maioria das vezes as áreas acometidas se restringem a um lado do corpo e não se estendem por grandes extensões de pele. Além disso, existem outros sintomas comuns do herpes zóster, que geralmente surgem antes das lesões, são eles: 

  • Dor nos nervos (chamada de dor nevrálgica); 

  • Sensação de formigamento, dormência e/ou pressão em certas partes do corpo; 

  • Ardor e coceira localizados; 

  • Febre; 

  • Dor de cabeça; 

  • Mal-estar. 

Vacina Herpes Zóster como prevenção 

A melhor forma de prevenir o herpes zóster é por meio da vacina específica para essa doença. Por ser uma manifestação de uma infecção com risco aumentado à medida que envelhecemos, a vacina é recomendada para adultos com mais de 50 anos ou imunossuprimidos, com sistema imunológico enfraquecido.  

A vacinação tem objetivo de estimular o sistema imune a controlar o vírus da varicela que permanece no organismo desde que a pessoa teve varicela (catapora). Ao se vacinar, previne-se o surgimento da doença e se reduz a gravidade dos sintomas, caso ela ocorra. 
 
A vacinação na infância com a vacina varicela ou com a vacina tetravalente viral (que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela) pode também ajudar a reduzir os riscos de desenvolver herpes zóster nessa fase da vida e também na velhice.  

Contudo, vale ressaltar que uma vacina não substitui a outra e ambos os imunizantes devem ser aplicados na época em que estão indicados. 

Atualmente, existe uma vacina disponível no Brasil disponível apenas na rede privada. 

  • Vacina recombinante inativada (Shingrix): pode ser administrada em pessoas com mais de 50 anos, incluindo aqueles com sistema imunológico comprometido e indivíduos com alguma condição de imunossupressão como os portadores do vírus HIV a partir dos 18 anos.  

A vacina é administrada em duas doses, com um intervalo de oito semanas entre elas. Algumas sociedades médicas recomendam esperar um período de seis meses após um episódio agudo da doença antes de receber a vacina. Já outras sociedades médicas indicam que a pessoa se vacine após a resolução das lesões de pele. 

Até bem pouco tempo estava também disponível a vacina de vírus vivo atenuado (Zostavax), que era administrada em uma única dose. No entanto, por se tratar de vacina viva atenuada, era contraindicada para pacientes imunossuprimidos.  

Pessoas que foram vacinadas com a Zostavax podem se vacinar com a vacina Shingrix, sendo necessário aguardar 8 semanas entre elas.  

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Como é o diagnóstico? 

O diagnóstico do herpes zoster (cobreiro) é realizado por um infectologista, dermatologista ou clínico geral, que avalia os sintomas e histórico do indivíduo, incluindo se teve varicela (catapora) na infância e se foi vacinado contra a doença. 

O profissional avalia também as lesões cutâneas. Dependendo do caso, pode ser solicitado exame para investigar o vírus nas lesões.  

Por isso, é fundamental buscar um médico de sua confiança ao suspeitar de qualquer sintoma. 

Como é o tratamento para herpes zóster (cobreiro)? 

O objetivo primordial do tratamento para o herpes zóster (cobreiro) é reduzir a duração da doença e prevenir possíveis complicações. Sendo assim, o médico pode indicar: 

Antivirais: específicos para o vírus varicela zóster com o intuito de reduzir a sua multiplicação no organismo.  

Analgésicos e antitérmicos: podem ser utilizados para reduzir o desconforto provocado pela dor. 

Higienização: as lesões devem ser lavadas com água e sabão neutro, sem esfregar. Além disso, o paciente deve usar roupas confortáveis para não irritar ainda mais a área lesionada. 

Os casos mais graves podem necessitar de internação e medicação intravenosa.

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